Digo meu organismo por que é vontade dele, não minha. Eu adoro carne vermelha, a textura, o sabor, o cheiro dela tostando na grelha... Mas meu organismo não.
Ele grita: Coma milho!!! Cultue os Astecas!! Ou então: "Ervilhas pela Paz Mundial!!" e quem sabe ele ainda há de berrar: "Brócolis, te consideramos Método!!" - este foi um momento ocultista de minha pessoa, imaginei o Brócolis presidindo um rito de Iniciação Místico, exigindo o sacrifício de um pacotinho de toicinho defumado... - certo, esqueçam esta parte.
Esta noção acerca de meu corpo me fez refletir sobre os transtornos ocasionados por alimentos em nossas viagens. Quem nunca perdeu um dia inteiro por conta de uma comida que não estava totalmente morta quando foi consumida, e desceu goela abaixo, clamando por justiça? Ou então, pior que isso, a comida que já estava morta a muito tempo, e o aquecedor onde ela se encontrava mais parecia um posto de atendimento do IML, aguardando a família para a liberação do cadáver. E nada da coxinha chegar para liberar o corpo do pobre kibe frito. Então apareceu você, e o dono do estabelecimento decidiu doar o cadáver do kibe para estudos, dentro de seu estômago... Doar nada, aposto como você pagou pelo menos 2 reais por ele, certo?